28 de janeiro de 2022
Vocês devem ter percebido que investimos na cidade. Que acreditamos na essencialidade de uma conglomeração saudável de pessoas em um espaço relativamente pequeno. E as razões são simples.
(i) A logística de distribuição de bens, alimentos e serviços é facilitada, fazendo com que uma maior número de pessoas tenha acesso a bens de qualidade por um menor preço.
(ii) Tal premissa se mostra especialmente verdadeira em relação a educação e saúde. Pessoas próximas viabilizam uma maior imersão educacional e o mesmo fato em muito facilita o acesso a um sistema de saúde de melhor qualidade. Mais do que isso, a cidade, com o fornecimento de bens e serviços facilitados, viabiliza mais tempo para que as pessoas se dediquem aos estudos, à pesquisa e à ciência como um todo.
(iii) O mesmo pode ser dito sobre oportunidades. O “acaso da vida” traz novas experiências, novas ideias, novas parcerias. Novas oportunidades. Não é aleatória a relação entre cidade e tecnologia; entre cidade e desenvolvimento. E até mesmo entre cidade e enriquecimento. É causa e efeito. São fatores sociais intimamente relacionados.
(iv) E, por fim, o ganho de cultura. Equipamentos como museus, teatros, parques – além de amostras, feiras, exposições etc – são fenômenos tipicamente urbanos, que pressupõem uma concentração de pessoas, determinados serviços (hotéis, restaurantes, hub logísticos etc) para que possam ocorrer. Novamente: momentos históricos com a revolução francesa, a revolução gloriosa (Inglaterra), a revolução americana, dentre tantas outras, não ocorreram por acaso em cidades. Foi o conjunto de atrativos da urbe que viabilizou o desenvolvimento da sociedade que hoje conhecemos.
Isso tudo, em termos de investimentos, indica que cidades são ótimas formas de preservação de riqueza: elas geram um coeficiente positivo de atração de pessoas, justificando uma valorização saudável do solo a longo prazo.
O que dizer, então, de prédios com valor histórico, urbanístico e arquitetônico, que o tempo demonstrou a qualidade. Que, em outras palavras, há décadas encontram-se ocupados de maneira saudável, com pessoas vivendo suas vidas e se desenvolvendo neles e ao seu redor?! É simples. São ativos com relevantíssima importância social: hoje, amanhã e por um longo período.
Lucas V. R. da Costa Mendes